O técnico João Burse apostou alto, correu riscos e não conseguiu fazer o Vitória superar o ABC neste domingo, no Barradão. Com apoio de mais de 25 mil torcedores, o Rubro-Negro fez um jogo franco com o líder do seu grupo e amargou um empate em a 0 a 0 que coloca a equipe novamente com obrigação de fazer uma campanha de superação para conquistar o acesso.
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Rodrigão e Dinei lamentam chance perdida contra o ABC, pela Série C — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória
Em busca de resposta rápida após uma goleada por 5 a 1 para o Figueirense, João Burse fez duas mudanças já esperadas no time titular. Lazaroni e Honório entraram nos lugares de Sanchez e Luidy. Além de peças, o time mudou a forma de jogar, um 4-4-2, e não o usual 4-3-3.
Burse priorizou o controle de jogo com dois meias, mas perdeu em profundidade e velocidade. Tinha, portanto, algo a perder e algo a ganhar. E o treinador não demorou a voltar ao antigo esquema tático.
Os dois times fizeram um primeiro tempo de alternância de domínio na posse de bola. O Vitória começou fazendo o que se pede o manual do bom mandante, com pressão no campo de ataque em busca de uma vantagem rápida. A equipe, porém, variou pouco o repertório e por vezes não encontrou a melhor solução para superar uma linha de seis do ABC que tirou as jogadas em profundidade da equipe.
O Vitória teve como melhores chances a bola longa nas costas dos defensores adversários procurando Tréllez, que não teve a mesma qualidade de outros jogos na finalização.
Por outro lado, o Vitória não conseguiu frear o sempre perigoso ABC, mesmo nos momentos em que parecia estar "nas cordas". Dono da melhor defesa da Série C, o time visitante usou a velocidade como arma para surpreender. No início, chegou à frente com o contra-ataque; depois, conseguiu esfriar o jogo com posse de bola, mas sempre vertical, e com um chute de média e longa distância perigosos.
Tudo ou nada no fim
O Vitória apostou tudo que tinha no segundo tempo em busca do resultado no Barradão. Diferente da etapa inicial, quando as equipes alternaram o domínio da posse de bola, o Rubro-Negro foi o time que comandou as ações e teve maior presença no campo de ataque. Mas isso não quer dizer que a pressão tenha sido de um lado só. Os visitantes seguiram muito perigosos no contra-ataque e também na bola aérea, tanto que Dalton operou um milagre nos minutos finais.
Com o passar do tempo e placar igual no Barradão, João Burse arriscou ao lançar o Vitória ao ataque com tudo que podia e empilhou jogadores de frente. Tanto que o segundo tempo terminou com Eduardo como primeiro volante, Gabriel Honório à frente, e uma linha de quatro com Hitalo, Luidy, Rodrigão e Dinei. Só uma chance clara surgiu disso.
Com muitos jogadores de ataque, mas pouco poder de construção, o Vitória apostou tudo na bola aérea, ainda mais com dois centroavantes como Dinei e Rodrigão na área. Era um abafa desorganizado, que acabou não surtindo efeito.
O Vitória empatou o jogo que já era projetado como o mais difícil em casa. Encarava o líder do grupo, dono da melhor defesa, embalado, que poderia se satisfazer com um empate. O problema foi o que aconteceu antes, na goleada sofrida para o Figueirense.
Só resta ao Rubro-Negro buscar uma reação fora de casa para se manter vivo na Série C. Ao menos esse time já viveu situações como essa e sabe bem o que deve e o que não deve fazer.
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