No segundo mandato pelo Bahia, Guilherme Bellintani encara uma temporada turbulenta, com troca de técnico, protesto da torcida e contratação polêmica, mas também de campanha consistente no G-4 da Série B. E em meio a tudo isso, o gestor trabalha nos bastidores na negociação com o Grupo City para a compra da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do clube.
Nesta sexta-feira, o Segue o BAba chega ao episódio 100 e recebe o presidente tricolor, que aborda todos esses assuntos e discute o futuro do Bahia.
Guilherme Bellintani em entrevista ao Segue o BAba — Foto: Samara Figueiredo
Na entrevista, Bellintani comentou o status da negocição com um potencial investidor para a compra da SAF a ser formada no clube. O presidente não cita ou confirma as conversas com o Grupo City, mas as duas partes já estão com valores e porcentagens de aquisição definidos. Ainda não foi definido um prazo para entrega de proposta.
– A gente divide o tema em três grandes temas. Primeiro dívida, situação do clube, que está superada. Segundo tema é negocial, de quanto vai ser investido, o papel que a associação vai ter. É o debate do projeto. E o terceiro é o jurídico, escrever tudo. Passamos pelos dois primeiros – diz.
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O presidente do Bahia afirma que o aporte financeiro não significa que o clube vai ter o maior orçamento do Brasil ou irá disputar o título nacional logo no início. A ideia é ter um projeto a médio e longo prazo.
– Vai ser o maior orçamento do futebol brasileiro ? Não é. Se a gente aliar projeto de G-8 a G-10 em orçamento, que é isso que estamos buscando. E, além disso, metodologia, processo, que o mesmo dinheiro aplicado no Bahia tenha mais eficiência.
– Se pegar R$ 500 milhões como exemplo, pode fazer aporte de R$ 50 milhões por dez anos de aporte no clube. Ou pode fazer projeto de R$ 250 milhões nos dois primeiros anos. Aí vai trazer as estrelas do futebol europeu. Atlético-MG, por exemplo. Um time de estrelas. Não é esse o projeto que escolheu. É de um dinheiro importante por ano, mas menos que poderia ser. Estamos objetivando um projeto de médio e longo prazos. Não queremos um time de estrelas ano que vem para disputar título do Brasileiro. Vamos investir em contratações, infraestrutura, projeto de base audacioso.
Caso Marcinho e respaldo a Enderson
O presidente do Bahia também comentou, pela primeira vez, a contratação do lateral-direito Marcinho, réu por ter atropelado e provocado a morte de duas pessoas e alvo de protesto de torcedores nas redes sociais. Nas redes sociais, a chegada do jogador foi criticada por alguns torcedores.
– Freeland me disse que conhece a história de Marcinho. Enderson a mesma coisa. A gente teve um dos processos mais difíceis de decidir por conta do peso do Bahia de protagonista do Brasil de ações socialmente aplaudidas. E eu comecei a conversar com algumas pessoas. Liguei para advogada criminalista, de esquerda. Ela me disse que, o politivismo está chegando no Brasil que o poder judiciário não tem mais peso. As pessoas são julgadas pelas redes sociais. A a constituição não dá o direito de excluir o outro da vida plena. Ela disse que vocês farão um grande serviço ao sistema brasileiro de julgamento nas redes sociais de enfrentar esse tema. Ação afirmativa ela é afirmativa. Não é negativa. Afirma princípios. E dentro os princípios está o direito de ser julgado pelo poder judicioário e não Twitter.
– Marcinho cometeu um crime. Ele bebeu e dirigiu. E ele não prestou socorro. É muito grave, e ele tem que pagar por isso. Se ele for julgado, e vai ser, se for condenado, e me parece que será, ele será taxado como criminoso. Mas a vida do criminoso não se encerra no crime. O Bahia acredita na recuperação das pessoas, na reintegração social. O que aconteceu com Marcinho também poderia ter acontecido com meu irmão, com seu irmão. Poderia ter acontecido com um de nós. Quem aqui nunca bebeu e dirigiu? Ah, mas ele não prestou socorro. Ok. Você sabe como seria sua reação naqueles cinco segundos? Eu não sei como seria a minha. Eu acho que pararia para prestar socorro, mas não consigo atestar. Eu uma vez passei o constrangimento. Tinha fechado um negócio importante, abrimos um champanhe e tomamos uma taça. A blitz me parou. O lugar onde eu bebi estava a 800 metros da minha casa. A blitz estava a 200 metros. Eu paguei a multa. Fiquei constrangido ao extremo. Me senti um irresponsável e, de fato, fui – completa.
Guilherme Bellintani defende trabalho de Enderson Moreira — Foto: Samara Figueiredo
Bellintani ainda analisou a demissão de Guto Ferreira e contratação de Enderson Moreira. O treinador negou boatos de que teria discordado da troca comandada pelo direito de futebol Eduardo Freeland e respaldou o trabalho de Enderson.
– A gente demitiu porque achava que o trabalho não iria ter novas evoluções. Não se trata de achar que a gente estava jogando mal ou bem. Vai evoluir? Vai evoluir em um nível que a gente tenha segurança? Achamos que não, tomamos uma boa decisão, não me arrependo. Acho que Enderson está fazendo um bom trabalho, independente das lacunas que possa ter.
– Foi uma decisão conversada por eles [diretoria e gerência de futebol], eu estava na Europa. Eles falaram que estavam com a decisão e o diagnóstico era esse. Eu disse que se esse era o diagnóstico, que poderia fazer.
Tudo isso e muito mais no Segue o BAba desta sexta-feira. Ouça acima a edição 100. Ou assista abaixo a versão resumida.
Segue o BAba | Bellintani revela status da SAF e fala pela primeira vez sobre Marcinho
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