O Vitória não conseguiu fazer valer o dever de casa e só empatou com o ABC na tarde deste domingo, pela antepenúltima rodada da primeira fase da Série C. E os aplausos dos mais de 26 mil torcedores presentes no Barradão após a partida mostram mais um reconhecimento pela vontade do time, que buscou vencer até o último minuto, que elogios pela atuação. E sobretudo, resultado alcançado.
Como esperado, o técnico João Burse não pôde contar com Rafinha, que não se recuperou de lesão a tempo para a partida. E fez muita falta. Para o lugar do artilheiro do time na temporada, Burse optou por Alan Pedro, meia de 20 anos e que não manteve o nível de atuação do titular. Tão mal que foi substituído no intervalo por Thiaguinho, que também pouco fez.
Vitória teve atuação defensiva instável contra o ABC — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória
Apesar de sair para o intervalo com vantagem de 2 a 1, o Vitória fez um primeiro tempo sofrível, de pouco poder de criação e dificuldade na bola área defensiva. O ponto alto da equipe foi saber aproveitar as raras chances que teve – uma delas, em pênalti polêmico, assim como o gol da equipe potiguar.
O Vitória começou o jogo elétrico e com pressão sobre o adversário. E o gol de Tréllez de cabeça logo aos seis minutos poderia deixar a equipe mais confortável na partida, mas o time segurou a vantagem por apenas cinco minutos até dar espaço para Fábio Lima, em posição duvidosa, empatar.
O Vitória pareceu ainda mais nervoso com o placar igual no Barradão. Sem conseguir conectar jogadas no ataque, a equipe forçou cruzamentos e, quando chegou com liberdade, tomou decisões ruins. Por outro lado, defensivamente, o time sofreu na bola área. Sorte do Rubro-Negro que, aos 35 minutos, Eduardo achou um lançamento para Alan Pedro que resultou em pênalti muito reclamado pelo time visitante e mais um gol de Tréllez.
Para o segundo tempo, João Burse sacou Alan Pedro e mandou Thiaguinho a campo. A mudança não melhorou o rendimento do Vitória, que continuou sem conseguir segurar a bola na frente e criar chances de ampliar o placar. Além disso, a equipe viu o adversário ser perigoso não somente na bola parada, mas nos chutes de longa distância facilitados pelo espaço dado na entrada da área.
Wallyson acertou o travessão logo aos quatro minutos, e Erick Varão não perdoou em lance que recebeu com extrema liberdade e contou com contribuição de Dalton.
Para piorar a situação do Vitória, todos os pontas lançados a campo na partida (Luidy, Alan Pedro, Thiaguinho e Alisson Santos) foram mal e não deram profundidade ao time, que seguiu dependendo das jogadas por dentro de Dionísio ou lançamentos de Eduardo.
Não por acaso, o gol do ABC saiu aos 10 minutos do segundo tempo, mas o Vitória só conseguiu reagir de fato depois dos 40 minutos, quando ensaiou uma pressão mais no abafa que em qualquer organização. Muito pouco.
Em outros tempos, talvez o empate desta tarde contra o terceiro colocado da Série C pudesse ser visto com outros olhos. Mas o resultado desta tarde é ruim sob qualquer aspecto na luta por classificação. E muito provavelmente nem seja mais suficiente para o time rubro-negro fazer a sua parte nos jogos finais da primeira fase. Vai precisar torcer contra. E muito.
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