Depois de vencer três jogos seguidos contra equipes que brigam pelo G-8 da Série C, o Vitória entrou em outro momento da temporada e criou até a expectativa de que pudesse sobrar diante de times com lutas opostas na tabela de classificação. Contudo, na tarde deste domingo, o que se viu foi um Rubro-Negro instável e que só empatou em 0 a 0 com o Ferroviário, ameaçado de rebaixamento.
Com o Vitória invicto há quatro jogos e embalado por três triunfos seguidos, João Burse fez o esperado e manteve o time titular dos últimos jogos. E a sequência dada pelo treinador parece ter surtido feito no bom primeiro tempo da equipe. O problema é que faltou sustentar o nível de atuação.
Léo Gomes em Ferroviário x Vitória — Foto: Lenilson Santos / Ferroviário / Divulgação
O primeiro tempo começou com o Ferroviário levando perigo na bola área, na única alternativa criada pela equipe mandante para dar trabalho ao Vitória. O time cearense explorou as costas do lateral-direito Alemão, que oscilou, mas não comprometeu.
Aos poucos, a equipe rubro-negra equilibrou o jogo e terminou a etapa inicial melhor. Com um Eduardo inspirado na articulação, o Vitória iniciou a partida buscando as jogadas pelo lado esquerdo com finalização de fora da área. Contudo, a lesão de Rafinha e consequente entrada de Roberto foi prejuízo para o time, que perdeu em velocidade e capacidade de definição.
Ainda assim, o Vitória seguiu melhor na etapa inicial buscando as jogadas por dentro e finalizações da entrada da área. A melhor chance surgiu aos 40 minutos em bela trama que contou com Eduardo e Alemão e conclusão de Luidy .
Os papeis foram invertidos na etapa final. O Ferroviário voltou do intervalo com uma postura mais agressiva e pressionou o Vitória, sem a mesma competência para sair jogando do primeiro tempo e construir no campo de ataque. Os únicos momentos perigosos do time visitante estiveram em dois lances que os jogadores pediram pênalti, mas o árbitro não foi na deles.
Do outro lado, o Ferroviário assustou nos chutes de longa distância e também ameaçou o gol de Dalton em jogadas de bola parada. Sorte da equipe baiana que o goleiro Dalton e a dupla de zaga estavam em uma boa tarde.
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No ataque, a construção foi o maior pecado de um Vitória que piorou o rendimento com o passar do tempo. As mudanças de João Burse (Roberto, Gabriel Honório, Gabriel Santiago e Dinei) e que até tentaram deixar a equipe mais ofensiva também não recuperaram o rendimento de um time com pouca imaginação para criar e chegar à área.
No fim das contas, não dá para o Vitória celebrar ou se contentar com o ponto conquistado fora de casa. Além de encarar um rival que só tinha vencido um jogo dos últimos oito disputados e em situação muito pior na Série C, o Rubro-Negro fez um bom primeiro tempo em que encontrou alternativas para superar o adversário. Mas nada disso apareceu na parte final do confronto.
Agora, o Leão entra mais pressionado para a próxima partida em casa, contra o ABC. É claro que segue vivo na briga pela classificação. Mas oportunidades de vencer como a desta tarde não podem ser perdidas e podem custar caro.
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